sábado, 7 de abril de 2012

100 postagens: um tributo a Ray Harryhausen

Acredito que muitos que, como eu, nasceram na década de 80 tenham sentido um frio na barriga ao assistir as animações em Stop Motion do gênio Ray Harryhausen. Grifos, colossos, medusas, pégasus, ciclopes e dinossauros são apenas alguns exemplos que tomaram vida nas mãos de Harryhausen.

O Stop motion é uma das mais antigas técnicas de efeitos especiais do cinema: a animação quadro a quadro, também conhecida por animação dimensional, consiste em um pequeno modelo articulado que é fotografado em seqüência, enquanto um animador muda um pouco sua posição entre cada foto. Ao ser exibida uma após a outra, como em um desenho animado, tem-se a ilusão de que o modelo move-se por conta própria.

Eu gelei no confronto do centauro com o Grifo em "The Golden Voyage Of Sinbad" (A Nova Viagem de Simbad*). Obviamente, levado pela imaginação infantil eu acreditava tratarem-se de criaturas reais. O machado realmente crava no modelo articulado o que aumentava ainda mais minha angústia.

O que impressiona tanto quanto suas animações é a longevidade e saúde de Harryhausen. Com seus 92 anos ele limita-se a realizar pequenas pontas (homenagens) em filmes e documentários, Ray Harryhausen deixou um inigualável legado no cinema, e como seu mestre Willis O´Brien, foi o ídolo e a inspiração de jovens que dedicaram toda seu esforço e criatividade à arte da animação dimensional. Para muitos, e principalmente para nomes como Jim Danforth (Quando os Dinossauros Dominavam a Terra), David Allen (O Enigma de Outro Mundo*, O Jovem Sherlock Holmes) e Phil Tippett (Star Wars Episódio V: O Império Contra-Ataca*, Robocop*), um novo mundo foi descoberto quando assistiram, maravilhados, o Ciclope e o Ymir fazerem coisas somente possíveis nesses filmes fantásticos, que foram exibidos nas melhores matinês de todos os tempos. Ray Harryhausen ganhou o Oscar em 1991 (Prêmio Gordon E. Sawyer), pelos avanços que proporcionou nas técnicas de efeitos visuais especiais. Peter Jackson, demonstrando todo o seu respeito pelo veterano mestre, convidou-o para ser consultor de efeitos visuais em sua versão de King Kong. Mais do que uma tarefa, uma bem merecida homenagem a este velho senhor que maravilhou milhões de espectadores, por muitas décadas.

P.S. Nos filmes com a participação das criaturas de Harryhausen, a única vez que fiquei mais impressionado com uma atuação do que os efeitos especiais desse gênio foi com a aparição da estonteante Raquel Welch em "One Million Years B.C." Meu Deus o que que era aquilo? Acho que foi nesse dia que eu cruzei a fronteira da puberdade!

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