terça-feira, 1 de junho de 2010

Lost - Totalmente decepcionante



O ano era 2005 e meu grande amigo Miltin Quebra-mola insistia para que eu acompanhasse com ele os mistérios da Ilha de Lost. Eu sempre resisti. Até que um dia ele soltou essa frase: "Cara, é sensacional. Tem algum monstro na ilha, acredito que eles tenham viajado no tempo, parece com um dinossauro e do nada aparece um urso polar no meio de uma ilha tropical, sem contar um símbolo esquisito, parece egipcio ou mesopotâmico!"

Foi com essa frase que ele me convenceu a começar a assistir Lost. Peguei as duas temporadas com ele e não parei mais. Assisti as 2 temporadas seguidas, um capítulo depois do outro. Acredito que a terceira quando os mistérios dos: "os outros", da iniciativaDharma e os números chegaram ao máximo eu já estava pirando.

Ao mesmo tempo era intrigante acompanhar aqueles personagens que não se conheciam e nós, os telespectadores, como consciencia onipresente do passado e presente daquelas pessoas.

Com base nesses mistérios eu convenci dezenas de pessoas a acompanharem Lost. Namorada, amigos, colegas de trabalho, contatos da internet. É como o pessoal do NErd Cast afirmou: "eu não assistia Lost, eu vivia Lost". Isso porque depois de cada episódio rolavam horas de debates sobre o que estava pra acontecer na ilha. Sem contar que na internet, blogs, twitter, podcasts rolavam teorias e discussuões interminaveis.

No entanto, da quinta temporada em diante uma lógica foi mudada. Se em seus primeiros anos “Lost” utilizou-se da ciência, da física, da filosofia e da história para criar um fiel grupo de seguidores, ao longo dos últimos 17 capítulos a série utilizou da fé, do amor, da esperança e de soluções simplistas para responder poucas das muitas questões largadas no passado.
  1. O que eram os sussurros que se ouviam na floresta?
  2. Quem jogava comida "Dharma" na ilha já que o projeto tinha acabado?
  3. Por que Walt era especial?
  4. Por que se comentou tanto do nascimento de Aaron? Que importância teve?
  5. O que era a estátua de 4 dedos? Só a morada do Jacob?
  6. Como ocorreu a viagem no tempo e o deslocamento da ilha?
  7. Por que certas pessoas são curadas e outras não?
  8. O que eram os números?
  9. Por que Jack fez aquela tatuagem estranha?
  10. O que eram os hieroglifos na escotilha?
Esses mistérios permaneceram e ficarão eternamente sem resposta.

O grande mistério de “Lost” foi a ilha. Era ela quem agregava todos os personagens e muito se especulou sobre seu significado desde que ursos polares apareceram na floresta e defuntos começaram a caminhar sozinhos. No entanto, o foco passou a ser apenas os personagens e a ilha se tornou nada mais que um lugar de expiação e redenção.

A realidade paralela seria um purgatório, um ritual de passagem para o céu, o paraíso ou qualquer outro nome religioso que exista para definir a vida após a morte (o vitral da igreja, com diversas religiões retratadas, reforça essa teoria).

Selecionados por Jacob (fé), uma entidade cuja função é a de proteger aquele local único de seu irmão (razão), todos aqueles que levaram uma vida infeliz e solitária estiveram ali na ilha para cumprirem uma pena e terem uma segunda chance, que serviu para descobrirem quem realmente eram a fim de despertarem em um outro plano espiritual - a realidade paralela.

Como explica Christian Shepard ao filho Jack, na emocionante cena final, a igreja é um lugar em que todos chegaram juntos para que pudessem encontrar uns aos outros na realidade paralela, pois a parte mais importante da vida de cada um foi o tempo que passaram juntos na ilha.

No começo do ano, os produtores executivos Carlton Cuse e Damon Lindelof adiantaram que o 6º ano de “Lost” teria uma relação maior com a 1ª temporada. E que o restante deveria ser encarado como parte uma grande jornada, de uma experiência à parte. O foco não seria responder aos mistérios, mas fornecer um bom final aos personagens.

Esqueça a Iniciativa Dharma, o templo ou as viagens no tempo de Faraday. Essas questões continuarão a fazer parte de um universo mantido apenas pelos fãs - que, aliás, desde que a série nasceu foram responsáveis por criarem na internet teorias muito superiores àquela sugerida em "The end" ou em outros episódios.

Eu pensei que a inclusão de uma arqueóloga e um físico na penúltima temporada dariam as explicações que eu tanto ansiava para a saga. No entanto, eles tiveram o mesmo papel que teve o Rodrigo Santoro. Não levaram a lugar algum!

Realmente, se eu pudesse resumir a última temporada de LOST eu diria apenas: decepcionante. A maioria dos colegas pra quem eu perguntei: "se decepcionaram com o final de Lost" responderam: "Ah, que nada, eu já tinha desistido na 4ª temporada".

Eu fui mais crédulo, citando meu mais querido seriado (cujo o final também foi um lixo) eu dizia pra mim mesmo: "I Want to Believe". Me frustrei mas acredito que valeu as especulações durante a série e o chinelo da Shannon, reparem no detalhe:


2 comentários:

  1. Ígor, ce esqueceu de falar daquela porra de cavalo preto que aparece!
    Mas sobre isso tudo eu não posso deixar de me envaidecer e dizer: eu avisei!

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  2. Foi muito decepcionanto por parte dos criadores explicar de forma fútil, tudo o que aconteceu em Lost, desta forma. Seria melhor que eles terminassem de forma cientifica tudo o que ocorreu, do que apelar para a religiosidade.
    Ainda não acredito como os criadores foram tão incompetentes desta maneira. Por que? Por que apagaram minhas expectativas?
    O Final não explica nada e o que nos conforta é ficar deduzindo como seria o final se tomasse outro rumo. Pra mim só valeu até o quarto episodio.

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